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Ovnis/Osnis e as curiosidades do Universo.

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Um olhar atento sobre o cosmo.


VEJA não havia completado um ano de vida quando o homem pisou pela primeira vez na Lua, em 20 de julho de 1969. A revista chegou às bancas com uma edição histórica inteiramente dedicada ao grande feito. A principal reportagem relatava em detalhes os movimentos dos astronautas-heróis Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins nos momentos de tensão que antecederam o pouso da nave Apollo 11. Ainda em 1969, VEJA lançou a edição especial encadernada A Conquista da Lua, composta de oito fascículos distribuídos gratuitamente com a revista. A edição trazia um histórico da exploração espacial desde que Galileu apontou sua luneta para o espaço.

"Já na década de 1990 pode haver comunidades de terráqueos flutuando no espaço sideral", previa uma reportagem de VEJA no fim de 1978. Havia um grande entusiasmo pela idéia de colonização do cosmo. Ela seria facilitada pela iminente entrada em operação dos ônibus espaciais, capazes de "fazer um número ilimitado de viagens". Na mesma reportagem, o engenheiro americano Peter Glaser, o primeiro a projetar satélites com energia solar, apostava num grupo de 500 tripulantes espaciais "vivendo e trabalhando tão confortavelmente como as pessoas que vivem junto a poços de petróleo no Alasca". O físico Gerard O’Neill (1927-1992), da Universidade Princeton, segundo o relato de VEJA, concebeu um condomínio espacial em forma de pneu que abrigaria 50 000 habitantes do espaço, com gravidade igual à da Terra, em meio a piscinas, rios artificiais e apartamentos com terraços – no melhor estilo Os Jetsons. A Nasa chegou a investir bom dinheiro em suas idéias. Descontado o entusiasmo exagerado dos cientistas, as previsões, em parte, se concretizaram. Há oito anos, flutuando a 350 quilômetros acima da Terra, a Estação Espacial Internacional abriga equipes de astronautas que fazem pesquisas e põem à prova a sobrevivência do homem no cosmo.

O invencível Big Bang

Na cobertura de VEJA sobre cosmologia, em diversas ocasiões surgiram estudos que desmentiam a teoria do Big Bang. Em 1982, o cientista americano Richard Gott propôs a existência de não apenas um, mas vários universos. Eles estariam distantes uns dos outros e fechados em si mesmos, como bolhas num refrigerante. Em 1995, observações feitas pelo telescópio Hubble da massa do cosmo pareciam contradizer a teoria do grande bang primordial. Mas o Big Bang se manteve como a melhor teoria para explicar o nascimento do universo. Em 1982, VEJA noticiou outra teoria que chegou a convencer alguns cientistas, mas foi logo descartada. O astrônomo inglês Paul Birch disse que o universo, além de se expandir, giraria em torno de si mesmo. Derrubada sua teoria, nunca mais se ouviu falar dele.

Inventário das tragédias

Desde a conquista da Lua, as viagens espaciais passaram a despertar bem menos interesse na opinião pública. A exceção é quando os vôos acabam em tragédias que chocam o mundo. Em julho de 1971, VEJA dedicou quatro páginas ao primeiro acidente fatal com astronautas desde que a revista foi lançada. Uma nave russa Soyuz voltou à Terra com seus três tripulantes misteriosamente mortos. Posteriormente, apurou-se que eles haviam fechado mal a escotilha da nave, causando uma violenta despressurização quando o artefato retornou à atmosfera terrestre. Na edição de 5 de fevereiro de 1986, numa reportagem especial de 17 páginas, VEJA noticiava o pior desastre da história espacial dos Estados Unidos, a explosão do ônibus espacial Challenger, apenas 73 segundos após a decolagem. "Uma horripilante bola alaranjada de fogo e fumaça, gerada pela explosão em pleno ar de 2 milhões de litros de combustível, engoliu a nave Challenger e seus sete tripulantes", dizia o texto. Em fevereiro de 2003, o pesadelo se repetiria com a explosão da nave Columbia pouco antes do pouso, e VEJA lançava a questão: ainda vale a pena enviar astronautas para orbitar a Terra?

Na edição de 14 de outubro de 1992, VEJA dedicou quatro páginas à inauguração de dois enormes radiotelescópios cuja missão era captar os sinais sonoros que cruzam o universo. Um deles foi instalado em Porto Rico e o outro, no Deserto de Mojave, na Califórnia. O objetivo principal das supermáquinas era detectar vida inteligente em outros recantos da Via Láctea. Na ocasião, o astrônomo Frank Drake, da Universidade da Califórnia, declarou: "Espero testemunhar a detecção de sinais de extraterrestres antes do ano 2000". Embora esses e outros radiotelescópios potentes continuem a vasculhar o cosmo, até hoje não se conseguiu captar sinais com um padrão de repetição, possivelmente criados por seres inteligentes. ETs, por enquanto, só na ficção.

A trajetória do gênio
Em sua edição de 16 de fevereiro de 1977, VEJA apresentou aos leitores um jovem físico que começava a fazer barulho no meio científico com uma teoria sobre buracos negros. Ele tinha, então, 35 anos. Seu nome: Stephen Hawking. Nas décadas seguintes, o pesquisador inglês, que trabalha na Universidade de Cambridge, se tornaria o mais célebre físico desde Albert Einstein. Em 15 de junho de 1988, VEJA dedicou-lhe uma reportagem de capa mostrando suas idéias e por que elas se tornaram tão importantes para o avanço da cosmologia. "Hawking busca juntar numa mesma estrutura lógica as duas maiores conquistas do pensamento no século XX – a teoria da relatividade de Einstein, referente aos fenômenos cósmicos, e a mecânica quântica, que estuda as relações que ocorrem no mundo menor que o átomo", explicava o texto.
O grande cataclismoA teoria de que os dinossauros e 70% das espécies que existiam na Terra foram extintos há 65 milhões de anos, após o choque de um asteróide gigante com o planeta, data dos anos 80. VEJA de 26 de fevereiro de 1997 anunciava que uma pesquisa feita por cientistas de vinte países, ligados à Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, finalmente havia encontrado provas concretas do choque. Durante um mês, usando um submarino equipado com sondas para recolher sedimentos, os pesquisadores vasculharam o fundo do mar na costa leste da Flórida. Numa camada de rocha, foram achados fósseis de algas, crustáceos e outros seres marinhos do período cretáceo, que vai de 150 milhões a 65 milhões de anos atrás. Numa camada superior de sedimentos, não havia nenhum traço de vida, sinal de que a queda do meteoro interrompera o ciclo biológico no planeta. A reportagem de VEJA mostrava que não estamos livres de que um desastre de iguais proporções se repita e antecipava as conseqüências para o planeta. Cidades costeiras seriam submersas por ondas de 1 quilômetro de altura. Vulcões há muito adormecidos seriam despertados e despejariam milhões de toneladas de cinzas na atmosfera, criando uma longa noite e uma persistente chuva ácida que envenenaria o ar, o solo e a água de rios e oceanos. Poucas comunidades humanas sobreviveriam para iniciar uma nova civilização.
O espetáculo do Hubble

Nos dezoito anos em que viaja pelo espaço, o telescópio Hubble empurrou as fronteiras da cosmologia e deixou o mundo atônito com suas imagens espetaculares das profundezas do universo. VEJA registrou as proezas mais significativas do Hubble. Em 1995, o telescópio fotografou um berçário cósmico. "É a primeira vez que os cientistas conseguem uma imagem tão nítida do momento da criação das estrelas", informava a revista. Em 1997, o Hubble registrou o choque entre duas galáxias numa região a 63 milhões de anos-luz da Terra. Em 25 de outubro de 2006, numa reportagem de sete páginas, VEJA relatou os avanços mais recentes no estudo do cosmo – e as imagens do Hubble mais uma vez encheram os olhos dos leitores. Dessa vez, mostrou-se a imagem da fusão de duas galáxias, que teve início há 500 bilhões de anos e gerou bilhões de novas estrelas.
O visionário Carl Sagan

Em março de 1996, numa reportagem de capa sobre a exploração do espaço, VEJA trouxe uma alentada entrevista exclusiva com o astrônomo Carl Sagan, que morreria nove meses depois. Autor de Cosmos, o livro de divulgação científica mais vendido em todos os tempos, Sagan chefiou as expedições das sondas americanas Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar. Também criou os grandes projetos de rastreamento do espaço em busca de sinais de rádio emitidos por civilizações extraterrestres. Em sua entrevista a VEJA, num momento em que o aquecimento global era apenas uma hipótese levantada por alguns cientistas, o astrônomo advertia que o fenômeno já estava em ação. Dizia Sagan: "Acredito que a emissão de combustíveis fósseis e de outros gases que promovem o efeito estufa já esteja produzindo efeitos climáticos complexos na Terra. É provável que a esta altura de nosso desenvolvimento tecnológico estejamos criando uma civilização incompatível com a vida no resto do planeta. Ou conseguimos viajar pelo espaço e colonizar outros planetas, ou corremos o sério risco de entrar para o rol das espécies extintas".
O fiasco espacial brasileiro
Em 28 de novembro de 1984, uma reportagem de VEJA afirmava que o Brasil estava mais próximo do sonho de colocar satélites em órbita. Dias antes, o foguete nacional Sonda IV fora lançado da base espacial de Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, tendo atingido a altitude de 616 quilômetros antes de cair no mar. A operação foi considerada um sucesso, o primeiro passo para a fabricação de foguetes de grande porte, capazes de voar mais alto. Vinte anos depois, a edição de VEJA que foi às bancas em 3 de setembro de 2003 trouxe um saldo do projeto espacial brasileiro no qual nada havia a comemorar. As duas primeiras tentativas de lançar um foguete levando um satélite fracassaram – os foguetes tiveram de ser abatidos no ar após o lançamento porque se desviaram da rota. A terceira tentativa terminou em tragédia. O foguete VLS-3, com a altura de um prédio de seis andares e carregado de 40 toneladas de combustível, explodiu ainda na plataforma, matando duas dezenas de técnicos à sua volta. A pergunta de VEJA ao fim da reportagem: vale a pena o Brasil insistir em ter um foguete espacial?

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